Já tinha ouvido falar da «praga» dos telefonemas do Barclays Card. Nunca me tinha «tocado» esta odisseia, até ao dia em que começo a receber telefonemas de números privados para o meu número privado (entenda-se um número que eu própria não sei de cor e que não divulgo a entidades).
A primeira vez foi no concerto do David Fonseca.
- Boa noite. Sou fulano de tal e estou a ligar a propósito do Barclay Card.
- Boa noite, estou a ouvir muito mal (respondi).
- Se calhar não é boa altura, ligo mais tarde.
Boa altura não era de certeza, pensei eu. Nem percebi bem do que se tratava.
Até que as chamadas voltaram com insistência.
- Gostaria de saber como conseguiram este número de telefone, perguntei ainda antes que o rapaz começasse a desbobinar o script.
- Foi através de uma base de dados, respondeu. Da «Foto Sport».
Yeah right! Foto quem? Oh meu amigo, desconheço quem seja a entidade e não dou este número a nenhuma entidade. Agradeço que elimine da lista de contactos, pois para além de não estar interessada no cartão (ainda que seja o melhor cartão do mundo), não quero receber mais chamadas vossas!
- Com certeza, respondeu o moço.
Seguiram-se alguns dias de descanso, até que o império do melhor cartão do mundo voltou a atacar.
Lembro-me que até tuitei o acontecido e o radar do Sapo fez destaque. Pensei: boa assunto resolvido!
Depois de dois dias seguidos a receber chamadas, esqueci tudo o que tinha aprendido sobre assertividade e disse:
- Desculpe lá, mas está a ver a tecla do delete? Utilize-a para apagar o meu número de telefone. Estou cansada de dizer que não estou interessada e que não quero mais receber contactos vossos.
O senhor continuou sempre a insistir: mas é o melhor cartão do mercado…
A pergunta que se impõe: não posso ter direito a não querer o melhor?
Obrigada e boa tarde, sim?